Cientistas estudam métodos menos invasivos e exclusivos para machos
A remoção dos testículos em machos e ovário-histerectomia em fêmeas continua sendo o procedimento mais comum nas castrações de cães e gatos. Contudo, existem estudos avançados de métodos inovadores que incluem a castração química, ou seja, esterilização sem cirurgia.
Estes estudos buscam avaliar a segurança, reversibilidade e possíveis efeitos a longo prazo da castração química. Também necessita ser avaliado se os métodos interrompem a produção hormonal, que caso aconteça pode interferir em prevenções de outras doenças. Por isso a importância da excelência nas pesquisas, como de acordo com publicações sobre o tema que pontuam o trabalho de cientistas, professores e alunos brasileiros da Universidade de Brasília (UnB), da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), e da Universidade Federal de Goiás.
No procedimento, exclusivo para machos e que dura 20 minutos, o pet é sedado e recebe uma injeção de partículas minúsculas de óxido de ferro nos testículos. A seguir, a esterilização pode ser feita pela aplicação de um campo magnético (magnetohipertermia) ou de uma luz de LED (fotohipertermia). Nos dois procedimentos, a temperatura chega a cerca de 45 graus e não causa queimaduras nos animais.
Na magnetohipertermia, o campo magnético externo é aplicado na região dos testículos e as nanopartículas injetadas geram calor apenas no local da aplicação, levando a esterilização.
Antes de qualquer polemica, é preciso deixar claro que a decisão de castrar um animal de estimação deve ser feita com base em informações precisas e em consulta com profissionais veterinários. É importante desmistificar crenças populares e entender que a castração é uma prática segura, benéfica e amplamente recomendada para a maioria dos animais.
Os tutores devem considerar os benefícios significativos, como a prevenção de doenças graves e o aumento na expectativa de vida, contrastando com os riscos menores e administráveis. Com o avanço das técnicas menos invasivas, como a castração química, as preocupações estéticas ou de recuperação podem ser ainda mais minimizadas.
Em suma, a castração é uma decisão responsável que reflete o cuidado e o compromisso do tutor com a saúde e o bem-estar do seu animal de estimação, além de contribuir significativamente para a sociedade ao controlar a população de animais de rua.
Isso posto, vamos tratar de mitos. Um dos argumentos mais populares, mas que não encontra respaldo científico, é de que animais precisam cruzar ao menos uma vez para evitar doenças reprodutivas. Já sobre a perda de virilidade, a felicidade e o bem-estar emocional dos pets, é importante esclarecer que os benefícios médicos e comportamentais tendem a compensar quaisquer mudanças percebidas.
Partimos então para os benefícios da castração e um deles é o menor risco de desenvolver certos tipos de câncer, como tumores nos testículos e neoplasia prostática em machos e câncer de útero e mama em fêmeas. O procedimento pode atuar na redução de comportamentos, como marcar território, agressividade e busca incansável por parceiros.
Ao analisarmos a questão com o viés de saúde pública, a castração ajuda no controle populacional evitando o crescente aumento no número de animais abandonados que invariavelmente acarreta superpopulação de animais de rua, bem como zoonoses, doenças que atingem os humanos.
Por fim, ao prevenir doenças e diminuir comportamentos estressantes, a castração pode aumentar a expectativa de vida e qualidade da saúde do animal.